O que realmente te atrai no BDSM? A máscara, a sombra e o desejo
O que realmente te atrai no BDSM? A máscara, a sombra e o desejo
Uma reflexão madura sobre motivações, fetiches e a psicologia que se esconde por trás do jogo.
O que te atrai no BDSM?
Já ouvi essa pergunta — ou suas variantes — centenas de vezes:
“Quando você descobriu o BDSM e seus fetiches?”
“Como foi sua primeira experiência real?”
E por aí.
Talvez um dia fale sobre isso. Agora, o que me interessa é entender o que motiva cada pessoa — seus desejos, seus fetiches. Seria acaso genético? Construção social? Psicologia? Ou tudo junto?
Não sou psicólogo. Mas já me intrigou fundo essa busca interna, essa sede de dominação psicológica. Sempre observei a “sombra” das minhas submissas, suas motivações inconscientes. Contudo, nunca consegui mergulhar tão fundo quanto gostaria — até entender que a imersão verdadeira só seria possível dentro de mim mesmo. Afinal, ninguém conhece meu passado tão bem quanto eu.
E ela está bagunçada. Empoeirada. Exige tempo, atenção e coragem para ser reorganizada. Este diário é talvez a forma de resgatar memórias — de pôr ordem no caos.
Hoje, aos 50 anos, com aparência e forma física decentes para minha idade, passo por uma fase de reflexão. Vivi demais, acumulei sensações demais. Sinto-me mais velho do que os anos apontam. E seria um desperdício sair de cena sem compartilhar o que aprendi — com quem busca mais do que máscaras, e se interessa pela sombra que elas escondem.
Se você acredita que BDSM se resume a “prazer, sexo e mais prazer”, está perdendo metade da viagem. Há algo maior ali: revelações sobre quem você é de verdade.
Sim — BDSM pode ser um estilo de vida. Mas, na maioria das vezes, ele é passageiro. E se for passageiro, melhor ainda: significa que você exorcizou demônios internos através da prática. Mas se ainda se apega aos seus fetiches — especialmente os mais sombrios — cuidado: você pode estar usando o fetiche como muleta emocional.
Todo comportamento, por mais questionável, tem sua razão. Mas nem todo mundo está disposto a investigar o porquê. Menos ainda a encarar a resposta.
Quando você começa a fazer as perguntas corretas — as respostas surgem. E com elas, seu comportamento se transforma. A questão é: você encontra coragem para perguntar?


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